sábado, 5 de fevereiro de 2011

Laboratório da roupa íntima

Empresas do ramo investem em inovação e inspiram outros segmentos da moda

Por Rafael Farias Teixeira
Ela está por trás – e por baixo – de grandes inovações no mundo da moda. Apesar de utilizar pouca quantidade de tecido em suas criações, a moda íntima é atualmente um dos setores que mais estimulam a inventividade no desenvolvimento de novos tecidos ou tecnologias. “Por ter um contato maior com o corpo humano, a moda íntima necessita de um grande investimento em inovação. Há um cuidado maior com essas peças”, afirma Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). “Essas mudanças acabam migrando para outros segmentos da moda e se tornando mais difundidas.”
São mais de 6 mil empresas no setor de moda íntima, que produz mais de 865 milhões de peças por ano, com um faturamento de R$ 5,45 bilhões em 2010, segundo a Abit. Parte dessas empresas expôs as suas inovações na Fenim, a Feira Nacional da Indústria da Moda, que teve sua edição inverno no fim de janeiro, em Gramado (RS). Os estandes de moda íntima, montados em uma ala específica, contabilizaram 65 dos cerca de 600 expositores da feira.

A reportagem do site da Pequenas Empresas & Grandes Negócios ouviu empresas desse setor durante a Fenim para saber como e quanto elas investem em pesquisa – e quais devem ser as novidades que irão fazer sucesso no mercado e inspirar outros segmentos da moda.

Do lado feminino
A primeira parada é o estande da Hope. A marca possui 54 lojas e espera chegar a 110 unidades até o final de 2011. A produção é de em média 1,1 milhão de peças por mês.

A empresa tem como meta lançar pelo menos duas novidades ao ano, em tecnologia ou tecido. Para isso, investe 10% do seu faturamento em um departamento específico de desenvolvimento, com 12 pessoas. “Há dois grandes segmentos que pensam em inovações em tecnologia e modelagem acima de qualquer coisa: o de esportes e o de roupa íntima”, afirma Carlos Eduardo Padula, diretor comercial da Hope. “Eles trabalham muito próximos dos seus fornecedores, das tecelagens, para entregar sempre algo a mais do que apenas o visual.”

Para Padula, a nanotecnologia é um dos grandes potenciais nesse mercado. Atualmente, as marcas vêm investindo em partículas com os mais diversos aromas, que podem ser utilizados nas peças íntimas. Outra aposta são substâncias como hidratantes, fórmulas anticelulite e antitranspirantes, que já encontraram seu caminho para outros segmentos da moda.
   Divulgação
Calcinhas da linha nude com temática de fim de ano
O empresário acrescenta que essas trocas estão se tornando cada vez mais multilaterais, já que o próprio segmento de moda íntima utiliza tecidos e técnicas de outros mercados. “A lingerie buscou a viscolycra em outras roupas para as suas criações”, explica.

Uma das mais recentes criações da marca é chamada de nude, uma linha de peças sem costura e produzida a laser, com a promessa de aderir à pele e não sair do lugar. A empresa também começou a investir em peças que possam ser usadas à mostra. “As mulheres têm começado a usar a lingerie como roupa comum”, afirma a consultora e produtora de moda Madeleine Muller.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Elegantes até para dormir...

          Qual a mulher que não gosta de se produzir para chamar a atenção de seu namorado, marido ou admirador?
          Nada melhor do que comemorar uma data especial do casal com um modelo sensual de uma camisola só para esquentar ainda mais o clima a dois.
          Visando atender esse publico feminino sensual e apaixonada que gosta de sempre surpreender seu parceiro  apresentamos alguns sugestões de roupas de noite para encantar seu amado, e claro sempre mantendo a elegância.




História da Lingerie

…..A mulher só se torna mulher sob o olhar de um homem: o homem só se torna homem sob o olhar de uma mulher. O que isto expressa é exatamente a reciprocidade em que um se descobre por meio do outro….
Simone de Beauvoir, 1952.          
             

Com o início dos chamados “loucos anos 20″, as liberadas jovens usavam vestidos mais curtos, com decotes nas costas e braços. Elas não queriam exibir seios opulentos, então usavam sutiãs especiais ou corpinhos, que achatavam o busto.
Na verdade, eram como faixas, amarradas nas costas, feitas com um pedaço de tecido leve, como cambraia ou crepe. Nessa época, as roupas de baixo eram brancas, pretas, bege ou cor-de-rosa. No início dos anos 30, o estilo “garçonne” saiu de moda e a silhueta feminina voltou a ser valorizada.
Começaram a surgir tecidos elásticos, feitos com o látex, o que permitiu a fabricação de modelos mais confortáveis e uma maior diversidade de tamanhos.Os irmãos Warner inventaram vários modelos revolucionários de sutiãs, como o feito com um tecido elástico nos dois sentidos, em 1931.
Mais tarde, criaram os bojos de profundidade variável e as alças elásticas.Em 1935, para aumentar os seios, surgiram os bojos com enchimento, e, em 1938, apareceram os sutiãs de armação, que deixavam os seios mais protuberantes. A atriz Mae West foi o símbolo dos seios acentuados, durante os anos 20 e 30.Em 1939, surgiu um modelo de sutiã com bojos mais fundos e prespontos circulares, que deixavam os seios pontudos e torneados. Foi um verdadeiro sucesso de vendas, chegando ao seu auge na década de 50.Após a Segunda Guerra Mundial, o náilon, desenvolvido em 1935, começou a fazer parte da produção de roupas íntimas. Com ele, foi possível fabricar sutiãs leves, resistentes e com brilho.
Dior e seu “New Look”, trouxeram, no pós-guerra, a valorização das formas femininas. A moda era os “seios-globo”, bem erguidos. A estética vigente era das “pin-ups”, traduzida nas formas de algumas atrizes, como Jane Russel e Sofia Loren. Surgiram, então, modelos de sutiãs, como o “very secret”, de náilon, feito com almofadas de ar muito finas, para aumentar os seios pequenos.Em 1955, foram criados novos modelos de renda preta e o sutiã peito-de-pombo, que aproximava os seios, deixando-os estufados.
No início dos anos 60, o alvo dos fabricantes eram as jovens consumidoras, as adolescentes. Foram lançados modelos mais simples e delicados. Esse novo conceito influenciou toda a linha de lingerie dessa época.
Em 1960, foram finalmente criadas as alças elásticas reguláveis, abolindo os colchetes, que eram usados por dentro das roupas para prender os sutiãs.Com a revolução sexual dos anos 60 e 70, as mulheres se permitiram não usar mais os sutiãs, último símbolo de repressão após os apertados espartilhos. Em 1968, algumas feministas queimaram seus sutiãs em frente ao Senado, em Washington, nos EUA. A moda era seios pequenos e atitude, que trouxeram sutiãs naturais, leves e transparentes, dando a impressão de nudez. A partir dos anos 80, a indústria de lingerie viveu uma verdadeira explosão de tecnologia com o surgimento da lycra, que pode ser confeccionada com materiais mais finos e delicados.
Combinada em pequenas proporções a qualquer fibra natural, a lycra permite o ajuste perfeito. A última grande mudança no conceito do sutiã foi o “outwear”, usado para fora, na forma de bodys, bustiês, corpetes e sutiãs como roupas de sair. Madonna foi uma das primeiras a lançar essa moda, ainda no começo de sua carreira. Com o surgimento da lycra, das microfibras e outros novos tecidos, como rendas e algodões elásticos, cores e estampas, os sutiãs chegaram a um nível de sofisticação, qualidade e conforto nunca vistos. Pode-se, hoje, levantar, aumentar, aproximar ou separar os seios apenas usando o sutiã certo.
A história dos espartilhos começa por volta do segundo milênio antes de Cristo. Em Creta, as mulheres usavam um corpete simples que sustentava a base do busto, projetando os seios nus. Essa “moda” era inspirada na Deusa com Serpentes, ideal feminino da época.
No século 14, a preocupação era dar forma à porção central do corpo, por isso, homens e mulheres usavam faixas apertadas em volta do corpo.
Até a Idade Média, os seios eram sustentados por corseletes, uma espécie de colete justo, que eram usados por cima de camisas e amarrados nas costas. Com o tempo, essa peça tornou-se mais rígida e pesada, até o surgimento do espartilho propriamente dito.
No século 18, o uso de barbatanas de baleia deixaram as hastes mais flexíveis e os espartilhos menos rígidos. Já no final do século, a haste central foi substituída por várias barbatanas.
O novo espartilho comprimia os seios por baixo e deixava-os mais evidentes sob os decotes.
Nos anos 20, as roupas íntimas eram formadas por um conjunto de cintas, saiotes, calcinhas, combinações e espartilhos mais flexíveis. E a lingerie passou a ter outras cores, além do tradicional branco.
Em 1930, a Dunlop Company inventou um fio elástico muito fino, o látex. A roupa de baixo passou a ser fabricada em modelagens que respeitavam ainda mais a diversidade dos corpos femininos.
A partir de 1938, a Du Pont de Nemours anunciou a descoberta do náilon. E as lingeries coloridas, finalmente, tornam-se bem populares. Mas em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o nylon saiu do setor de lingerie e foi para as fábricas de pára-quedas.
O declínio do espartilho se dá na Primeira Guerra Mundial. Com os homens ocupados, lutando na frente de batalha, as mulheres foram convocadas a assumir os trabalhos nos campos, nas cidades e nas fábricas.
O trabalho operário exigia espartilhos menores, mais confortáveis e simples. Além disso, a burguesia não contava mais com grande criadagem, o que fez com que as damas optassem por modelos de corpetes mais simples e fáceis de vestir.
Os espartilhos foram substituídos por cintas. Os seios, porém, precisavam de algum suporte, já que o espartilho também servia para erguê-los. Surge, assim, o sutiã.
Em 1947, com o “New Look”, de Christian Dior, que valorizava as formas do busto e cintura fina, os espartilhos voltaram a ser usados. Nessa época, o estilista francês Marcel Rochas criou um modelador cintura-de-vespa que foi um grande sucesso.
No final dos anos 50 e início dos 60, os fabricantes começaram a se interessar pelas consumidoras mais jovens. A Lycra foi lançada com sucesso, pois permitia os movimentos. A lingerie passou a ter diversos tipos de modelagens, embora, na maioria, ainda mantivesse os sutiãs estruturados.
No final dos anos 70 e início dos 80, a inspiração romântica tomou conta da moda.Cinta-liga, meias 7/8 e corseletes, sem a antiga modelagem claustofóbica, voltaram à moda. Rendas, laços e tecidos delicados enfeitavam calcinhas e sutiãs.
Na década de 80, os corpetes com barbatanas, que realçam o corpo, voltaram a ser apreciados. Já no início dos anos 90, com o fetichismo em moda, alguns grandes estilistas como Gianni Versace e Jean-Paul Gaultier lançaram espartilhos futuristas e que deviam ser usados, não como roupa de baixo, mas por fora, para serem mostrados.
Dos anos 90 até os dias de hoje, a lingerie, assim como a moda, não segue apenas um único estilo. Modelagens retrô, como os caleçons, convivem com as calcinhas estilo cueca. Os sutiãs desestruturados dividem as mesmas prateleiras com os modelos de bojo. Tecidos naturais, como o algodão, são vendidos nas mesmas lojas de departamento que os modelos com tecidos tecnológicos.